11/09/2025 - A possibilidade de um acordo comercial entre o Mercosul e o Japão e a pauta de produção sustentável, dominaram as discussões na 26ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, realizada nesta terça-feira (9). O evento, que tem o objetivo de estreitar as relações bilaterais, foi promovido por entidades, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Empresarial do Japão (Keidanren).
O presidente do Ciesp e presidente em exercício da Fiesp, Rafael Cervone, destacou o papel histórico do Japão na economia brasileira, ressaltando a presença de multinacionais japonesas em todas as fases da industrialização do país. Para ele, as negociações por um acordo comercial são "uma oportunidade para ampliar" a atual corrente de comércio, que em 2024 somou US$ 11 bilhões.
A retomada das negociações de um acordo com o Mercosul representa uma oportunidade para ampliar essa gama de produtos, a fim de explorar um mercado consumidor dinâmico de mais de 390 milhões de pessoas e a complementariedade de nossas economias”, afirmou Cervone.
Atualmente, as exportações brasileiras para o Japão se concentram em minério de ferro, café e frango, enquanto as importações são de máquinas, veículos e eletrônicos. O Brasil, na presidência temporária do bloco, tem atuado como um dos principais impulsionadores do movimento.
O embaixador do Japão, Teiji Hayashi, reforçou a necessidade de estreitar os laços comerciais, pontuando que muitos empresários globais estão buscando diversificar seus parceiros.
Nesse contexto, vale a pena reconsiderar e fortalecer nossos laços tradicionais com o Brasil”, disse o diplomata.
Transição energética
A cooperação em energia também esteve no centro dos debates. O presidente do Conselho Superior de Representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, pontuou que os dois países já desenvolvem projetos conjuntos em áreas como bioetanol, hidrogênio verde e combustíveis sustentáveis de aviação.
Vieira defendeu a união da "capacidade do Brasil de produzir combustíveis renováveis à competência industrial do Japão em motores flex e de etanol". Ele sublinhou a complementaridade entre as nações, com o Brasil tendo 85% de sua matriz elétrica de fontes limpas e o Japão, tecnologias avançadas.