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Saúde mental e ambientes mais flexíveis ganharam força no pós-pandemia e exigem atenção das empresas.

12/12/2025 - Ressignificar o trabalho é um dos passos fundamentais para empresas aumentarem o engajamento de seus times, segundo Daniela Diniz, diretora executiva de comunicação da consultoria global de pesquisa e gestão Great Place to Work. Ela foi a palestrante convidada na última reunião de diretoria do ano, promovida pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) na quinta (11/12), e destacou que empresas que traduzem o propósito do seu negócio, conseguem aumentar em até cinco vezes o engajamento de seus profissionais.

Segundo Daniela, que é jornalista especializada em gestão de pessoas e autora de dois livros (“Grandes Líderes de Pessoas” e “25 anos de História da Gestão de Pessoas e Negócios nas Melhores Empresas para Trabalhar”), é necessário “criar rituais de conexão com os funcionários”, por meio de iniciativas, como visitas, reuniões de feedback ou cafés com os setores, para lembrar o papel de cada um e o impacto da empresa ou instituição junto à sociedade.

Ela afirma que há, hoje, no mundo, uma “epidemia do desengajamento”. Dados mostram, por exemplo, que 68% dos jovens veem o trabalho principalmente como uma forma de ganhar a vida e não como uma parte importante de sua identidade ou realização pessoal (pesquisa do Bank of America e Georgetown University de 2023). Outro dado que chama a atenção é que apenas 16% das pessoas estariam realmente comprometidas com o trabalho (pesquisa ADP com 19 mil trabalhadores em 19 países de 2022).

De acordo com Daniela, é importante reafirmar junto aos colaboradores que eles não estão trabalhando por algo rotineiro, mas, sim, por algo maior. O pilar estratégico “missão” (de “missão, visão, valores”) não pode se tornar apenas um quadro pendurado na parede ou um texto a ser citado em eventos solenes. Daniela mencionou ainda uma parábola medieval para explicar que os funcionários podem ver o trabalho como uma tarefa (“cortar pedras”) ou como um propósito (“construir uma catedral”).

Será que as lideranças da sua empresa estão instigando isso [o propósito] nos seus times? Percebemos que é preciso verbalizar a missão o tempo todo, internalizar isso e que a questão da constância é muito importante”, afirmou Daniela.

Saúde Mental e Flexibilidade
Ela também chamou a atenção das lideranças para a necessidade de focar em pautas de saúde mental e de flexibilidade, que ganharam força no pós-pandemia.

É preciso estar mais atento a essa questão sobre como ter uma gestão mais flexível e isso passa também por um trabalho com as lideranças em mudar um pouco a mentalidade de algo rígido para uma gestão mais flexível, impactando em saúde e em oferecer mais qualidade de vida.

Força e Coesão
O presidente do Ciesp, Rafael Cervone, encerrou a última reunião do ano com um discurso que selou também o final de seu 1º mandato. Ele ressaltou que o período foi “complexo” e “desafiador” para o Ciesp.

Nesse período, foi necessário nos unirmos como nunca, nos reinventarmos, sermos resilientes, criativos, fortes, altivos e altruístas, porque as entidades sempre estiveram acima das pessoas. Isso nos trouxe enorme força e coesão, o que nos permitiu avançar de maneira significativa e superar imensos obstáculos aparentemente intransponíveis”, disse Cervone, que foi reeleito para novo mandato no período 2026-2029.

A entidade representa cerca de oito mil empresas associadas e possui 42 Diretorias Regionais, Municipais e Distritais em todo o estado.

O encerramento contou também com a participação do novo presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, do secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai Filizzola, e do Secretário da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, Fábio Prieto de Souza.

Boas práticas empresariais indicadas pela Great Place to Work:
● Conheça verdadeiramente as pessoas (ninguém quer se sentir um insumo, um trabalho excelente começa por fazer com que as pessoas se sintam tratadas como indivíduos);
● Invista em feedbacks e diálogos contínuos;
● Crie conexões;
● Diga o que fazer e não como fazer;
● Reconheça as pessoas do seu time;
● Ressignifique o trabalho;
● Não puna os erros (grandes gestores entendem erros não intencionais como parte do negócio);
● Pare de reter talentos (a empresa deve investir no crescimento e autonomia do colaborador).