27/06/2025 - As tecnologias da 4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0, era que estamos vivendo, devem passar por um processo de maturação e proliferação que trará impactos ao mercado de trabalho. A análise é do presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, que ministrou nesta sexta (27/06), a palestra "Macrotendências Mundiais até 2040" para indústrias e fornecedores associados à Diretoria Regional Ciesp em Americana.
A palestra compila e destaca dados levantados em mais de 400 bancos de dados da Fiesp e do Ciesp. O evento fechou a semana de atividades em celebração aos 75 anos do Ciesp de Americana.
Segundo Cervone, as tecnologias vão impactar os processos produtivos, o perfil dos empregos, os fatores de competitividade empresarial e das economias, além da configuração das cadeias produtivas mundiais, dentre outros aspectos.
Cervone destacou que apesar dos esforços para formar mão de obra para a indústria, por entidades como o Sesi e o Senai-SP, há um déficit de Recursos Humanos na área de TI na faixa de 350 mil postos. Países como Canadá e Arábia Saudita têm contratado remotamente mão de obra brasileira na área.
CLT
Dados de uma pesquisa conduzida pelo Instituto Locomotiva, divulgada em evento da Fiesp e do Ciesp no Dia da Indústria, mostraram que 63% dos profissionais ouvidos avaliam que o trabalho formal oferece pouca flexibilidade para conciliar vida pessoal e profissional.
Os jovens de hoje não querem mais ficar atrelados a um número de horas por semana, com horário fixo, com chefe fixo, especialmente sob o regime CLT. O mercado não tem atraído mais, mesmo quando mostramos para eles os benefícios que a CLT traz. Eles querem dinheiro no bolso, com imediatismo e não há preocupação com previdencia privada ou plano de saúde. Isso mostra a importância da atualização da legislação trabalhista e que mesmo a Reforma Trabalhista, recentemente feita, também já ficou velha", disse Cervone.
Segundo o presidente do Ciesp, as alterações na relação com trabalho, implicam em mudanças que exigem mais flexibilidade das relações e intensificação do trabalho remoto e híbrido. De acordo com o estudo ainda, haverá mudanças de carreira mais frequentes e crescimento do empreendedorismo.
Ele disse que tem levado a discussão sobre estes temas para o B20 (Business 20) e para a OIT (Organização Mundial do Trabalho). De acordo com ele, as articulações tentam colaborar com uma nova regulamentação mundial para o trabalho. Cervone destaca que o Ciesp está atento e defende que haja mudanças rápidas neste sentido.
75 anos
O diretor do Ciesp de Americana, Leandro Zanini, abriu o evento com um balanço sobre as atividades promovidas pela entidade este ano, como uma palestra sobre neuromarketing do Núcleo de Jovens Empreendedores, o 1⁰ Fórum Mulheres que Movem a Indústria, a Mesa Redonda sobre a NR-1, promovida pelo Senai e o Departamento Jurídico do Ciesp, e o curso sobre LGPD promovido pelo Núcleo de Pessoas e Culturas (NPC).
O diretor também falou sobre a importância de manter o legado e de dar continuidade ao trabalho pela indústria.
Na verdade, é uma grande responsabilidade porque este legado de 75 anos, essa história de defesa da indústria e dos empregos tem de se perpetuar. O meu trabalho tem sido muito o de me atentar às transformações e preparar os nossos associados para que eles embarquem e continuem essa construção do desenvolvimento e do crescimento econômico", disse Zanini.
Homenagens
O evento também contou com uma homenagem da Diretoria Regional do Ciesp em Americana ao gerente do Departamento de Integração Regional (DIR), Mario Costanski, que atua na entidade há 38 anos. O gerente, que costuma visitar as 42 regionais do Ciesp para oferecer orientações, apoio e conexão com a sede da entidade, recebeu uma placa inspirada na prática da corrida de rua, visto que ele já participou de 6 maratonas pelo mundo e de 27 meias-maratonas (21km).
O Ciesp de Americana recebeu uma "Moção de Aplausos" da Câmara Municipal por meio do vereador Levi Rossi.