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Durante o fórum, especialistas discutiram o alcance e a capilaridade das linhas de financiamento.

06/08/2025 - Durante a abertura do 10º Fórum do Desenvolvimento da ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento) 2025, que teve o tema “Sustentabilidade: oportunidade e desafios para o Brasil”, o presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, afirmou que “o país tem as condições para liderar essa nova fase do desenvolvimento sustentável” por dispor de matrizes de energia limpa e de recursos estratégicos.

O fórum aconteceu ao longo desta quarta (06/08), em São Paulo e reuniu cerca de 200 lideranças com o objetivo de promover o debate entre os setores público e privado e a sociedade civil, de maneira geral, sobre os caminhos para o desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo no Brasil, com foco na transição climática, inclusão social e inovação. Esta foi a 10ª edição do evento.

Cervone destacou que apesar de o Brasil enfrentar um conjunto de entraves históricos que afetam diretamente a competitividade, como a tributação excessiva, burocracia tributária, alto custo de crédito, energia cara, logística ineficiente e outras barreiras estruturais, sua posição é privilegiada. Além das matrizes de energia limpa e de recursos estratégicos, como nióbio e terras raras, a base industrial diversificada e a boa posição geoeconômica entre os grandes mercados globais podem ser um diferencial.

Não temos dúvida: se forem dadas condições de isonomia para competir, nossos empresários transformarão os desafios em soluções com criatividade, inovação, resiliência e geração de valor para o país”, disse.

Na mesma linha, Annette Kilmer, representante do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) no Brasil, disse que as vantagens competitivas do país abrem as portas para mais investimentos e, por sua vez, geram vagas de trabalho e melhores condições de emprego e renda.

Este país está posicionado para liderar a criação de novos modelos produtivos, sustentáveis e inclusivos”, disse Annette.

A abertura do fórum também contou com a participação do presidente da Fiesp, Josué Gomes; com a presidente da ABDE e diretora de Crédito Digital para Micro e Pequenas Empresas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), Maria Fernanda Coelho; com o secretário executivo do Ministério do Empreendedorismo e Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, Francisco Alencar; com o diretor de Inovação da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Elias Ramos e com o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara.

Crédito e fomento
No painel “O Papel do Crédito no Apoio e Desenvolvimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas”, o superintendente do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, Renato Corona, lembrou que as micro, pequenas e médias empresas são a “espinha dorsal” das cadeias produtivas locais, com grande capilaridade no território nacional, presentes em 71,3% dos municípios.

Para ele, é preciso que haja a digitalização, modernização e descarbonização das empresas e um papel mais arrojado dos bancos. Na sua avaliação é necessário digitalizar as operações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) e ampliar as parcerias com Fintechs para o dinheiro poder chegar “até a ponta”, até mesmo por meio de parcerias com o Senai e com instituições científicas e tecnológicas.

É fundamental que investimentos sejam rentabilizados e que cheguem à ponta e não fiquem restritos às grandes empresas, porque a pequena empresa tem um papel relevante no emprego. Assim como a grande indústria é fundamental para o desenvolvimento, as pequenas e médias também são”, disse Corona.

Sérgio Gusmão, especialista do Finance in Common, afirmou que houve avanços importantes em relação à transparência e à concorrência relacionadas às linhas de crédito, mas disse que é preciso avançar mais. Para ele, neste sentido, as cooperativas de crédito têm um papel bastante relevante.

Nós podemos olhar a experiência internacional de países em desenvolvimento que têm conseguido utilizar as suas redes de sistemas nacionais de fomento de maneira mais eficiente”, disse Gusmão.

O superintendente da Área de Canais Digitais e Operações Indiretas do BNDES, Marcelo Porteiro, afirmou que a instituição já vem funcionando com um ecossistema 100% digital, que chega hoje a 5.320 municípios, o que equivale a 93% do total no país. Ele também afirmou que o BNDES tem apostado na descentralização bancária e pulverização do crédito por meio de 90 instituições financeiras credenciadas.

O banco vem desenvolvendo, em parceria com o mercado, diversas soluções para fazer com que esse crédito possa evoluir de maneira mais adequada”, disse Marcelo Porteiro.

Durante o fórum, também houve o lançamento do "Estudo de Bioeconomia", documento elaborado em conjunto pela ABDE, rede Uma Concertação pela Amazônia e Frankfurt School para analisar desafios e oportunidades para o financiamento da bioeconomia na Amazônia Legal.

Assista ao 10º Fórum do Desenvolvimento da ABDE no YouTube: clique aqui.