Valorizar a vida
- Atualizado emPor Mariana Ribeiro
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Um terço da produção é exportado pela Biomecânica |
De 2 mil aparelhos por mês a mais de um milhão de peças anuais. Hoje, 30% da produção é exportada para mais de 30 países. A empresa possui as principais certificações de sistema de qualidade – ISO 9001, ISO 13485, boas práticas de fabricação (Anvisa) e certificação de produto (CE Mark). E uma patente oficializada em março de 2010, que lhe conferiu o pioneirismo no sistema de anel-trava em placas de síntese óssea.
Esses são os números da empresa jauense, associada do Ciesp local.Um salto de produção, inovação e solidariedade. Em maio, a Biomecânica recebeu a Medalha da Vitória, outorgada pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim, por sua contribuição às vítimas do terremoto no Haiti, com a doação de 14.000 itens ortopédicos ao país caribenho – entre placas, parafusos, fixadores externos, descartáveis, e um higienizante natural para limpeza de ferimentos e instrumental cirúrgico.
“A linha de traumatologia é a mais solicitada em casos de catástrofe, então nos prontificamos a fazer a doação. Tínhamos uma grande folga de material em estoque, que não seria utilizado nesses meses, e essa foi a nossa maior oportunidade de poder ajudar em larga escala”, conta a diretora-executiva da empresa, Ana Carolina Pengo.
Hoje a empresa está consolidada em um mercado que exige cada vez mais qualidade e segurança. Mas, para conquistar espaço, foi preciso tempo. “A demanda é complexa. Temos que consignar material nos hospitais, treinar médicos, cuidar do instrumental e do paciente. E se você começa a atender a contento, começa a ter créditos. Nosso crescimento veio da necessidade, e também de uma resposta natural”, afirma o presidente e fundador da Biomecânica, José Roberto Pengo.
Segundo o empresário, que também é diretor da Associação Brasileira das Indústrias Médico-Hospitalares (Abimo), 90% da demanda brasileira já é suprida pela indústria nacional, mas ainda é preciso quebrar tabu quando o assunto é a confiança do consumidor. “A qualidade que o mundo tem, nós temos. Buscamos sempre a equalização com os produtos internacionais, para que o consumidor tenha orgulho dos produtos feitos no Brasil. Queremos passar essa tranquilidade para os pacientes”, diz Pengo. E disposição para isso não falta: a Biomecânica projeta crescer 30% em produção neste ano.