Universidade e Indústria apostam na Produção Mais Limpa - CIESP

Universidade e Indústria apostam na Produção Mais Limpa

Estudantes de 14 universidades parceiras tomaram o Teatro Popular do Sesi durante a Conferência de Incentivo às Práticas de Produção Mais Limpa, realizado nesta terça-feira (14), que aproximou indústria, academia e poder público em torno de um tema que se tornou vital para todos – a sustentabilidade.

“Em vocês estão depositadas nossas melhores esperanças”, discursou Eduardo San Martin, diretor de Meio Ambiente do Ciesp, na abertura do encontro que contou com presenças do presidente da Cetesb, Fernando Rei, e do 2º vice-presidente da Fiesp, João Guilherme Sabino Ometto, que prestigiou a solenidade de premiação dos melhores trabalhos universitários.

Segundo San Martin, o conceito de produção mais limpa, embora já incorporado nas economias desenvolvidas, ainda não se firmou em todas as cadeias produtivas. Mas já é realidade nos segmentos cerâmico e têxtil, que foi o pioneiro na aplicação dessas práticas.

“Cabe à academia, mais do que nunca, introjetar esses conceitos entre os seus alunos, profissionais do futuro”, acrescentou San Martin, que é também coordenador do Programa de Produção Mais Limpa da Fiesp.

Esse trabalho de “catequese” já vem ocorrendo em várias instituições de ensino, que mantêm núcleos de pesquisas e instituíram práticas que reduzem o consumo de água e mesmo de energia.

É o caso do veículo capaz de percorrer 150 quilômetros com um único litro de etanol ou 239 quilômetros com um só litro de gasolina, construído por alunos da Universidade Anhembi-Morumbi.

“Nossos alunos assimilaram o conceito de integração de processos, produtos e insumos e também a importância de neutralizar todo CO2 gerado na produção”, falou o professor-doutor José Carlos Jacintho, coordenador do Núcleo de Estudos de Produção dessa instituição.

Iniciativas como esta, no meio acadêmico, ou no chão de fábrica – como o case apresentado pela Realem, fabricante de semijóias em Limeira que reduziu de forma significativa os resíduos tóxicos gerados na galvanoplastia – mostram a evolução dessas práticas, reconhece Nelson Pereira dos Reis, diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp.

Parceria com a Cetesb
“Eventos como este coroam nosso esforço em busca da conformidade ambiental”, assinala o diretor do DMA/Fiesp, observando que Produção Mais Limpa se insere no rol das inovações tecnológicas. “Não se pode vislumbrar um país desenvolvido sem investimentos maciços em pesquisa básica”, afirmou Reis. Ele acrescenta que, em parceria, com a Cetesb, o Departamento elaborou e publicou 15 guias ambientais, contemplando os setores gráfico, têxtil, cerâmica vermelha, entre outros.

O presidente da Cetesb, Fernando Rei, situou a parceria com Indústria e Universidade, em torno da Produção Mais Limpa, como um projeto de Nação, digno de um estado moderno.

“E caberá ao governo a maior responsabilidade na mudança dos padrões de produção. É uma questão de decisão política”, frisou Reis, referindo-se à meta do governo paulista de reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa até 2020, tomando 2005 como base de comparação.

Rubens Toledo, Agência Ciesp de Notícias