Skaf: "Aqueles que sonham em criar novos impostos terão sim um pesadelo" - CIESP

Skaf: “Aqueles que sonham em criar novos impostos terão sim um pesadelo”

Na abertura do Congresso da Indústria, nesta segunda-feira (8), em São Paulo, o presidente do Ciesp, da Fiesp, do Sesi e do Senai-SP, Paulo Skaf, mandou um recado veemente àqueles que cogitam recriar a CPMF ou qualquer outro tipo de imposto.

“As pessoas que sonham em criar novos impostos terão sim um pesadelo. A sociedade brasileira não aceita mais nenhum imposto. Não teremos limites em nossas atitudes contra impostos”, avisou.

Ele defendeu a regulamentação da Emenda 29, que assegura os recursos mínimos para o financiamento de ações e serviços públicos de saúde. O presidente das entidades disse ainda que o governo federal terá em 2011 uma arrecadação prevista de R$ 1 trilhão e observou que os resultados do Congresso da Indústria serão levados à presidente eleita Dilma Rousseff.

Paulo Skaf voltou a cobrar qualidade nos serviços públicos e a realização das reformas estruturais com transparência. Disse ainda que as discussões que vão ocorrer durante todo o dia no World Trade Center são assuntos de interesse não apenas do setor produtivo, mas da sociedade brasileira.

“Juros altos são ruins para a produção e também para o cidadão. Infraestrutura de estradas, rodovias, portos e aeroportos têm a ver com a vida das pessoas, assim como a modernização das relações do trabalho”, disse, referindo-se à necessidade da reforma trabalhista.

O dirigente citou também a guerra cambial como assunto em discussão e que influi negativamente no mercado de trabalho brasileiro. “Na guerra cambial, perde o Brasil, perdem as empresas e perdem as pessoas. O cambio valorizado barateia as importações, mas leva empregos para outros países”, alertou Skaf.

Congresso da Indústria
No dia 8 de novembro, a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) promoveram a edição anual do Congresso da Indústria, no World Trade Center, em São Paulo.

Com o tema “Nosso compromisso é com o Brasil”, especialistas debateram propostas da indústria paulista que serão encaminhadas à presidente da república eleita, Dilma Rousseff, e também ao governador eleito do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Participaram os presidentes da Fiesp/Ciesp, Paulo Skaf; da Natura, Pedro Luiz Barreiros Passos; o vice-presidente da Fiesp, João Guilherme Sabino Ometto; e o embaixador Sérgio Amaral. Também integraram os debates os economistas Delfim Neto, José Pastore e Antonio Corrêa de Lacerda, bem como os diretores da entidade, Paulo Francini e Roberto Giannetti da Fonseca.

As diretrizes da Fiesp/Ciesp têm como foco uma política para o crescimento econômico com distribuição de renda. Para isso, serão discutidos temas como despesas públicas, investimentos, juros e comércio exterior.

O documento elaborado pela Fiesp/Ciesp enfatiza a remoção dos obstáculos aos investimentos públicos e privados. De acordo com as entidades, para o governo aumentar a sua taxa de investimentos é necessário a redução dos gastos correntes e a queda nos juros pagos que incidem sobre a dívida pública.

Segundo o levantamento, a carga tributária da economia está na faixa dos 34% do PIB. Já na indústria de transformação, está próxima de 60% do PIB setorial, configurando, assim, a maior e mais complexa carga tributária entre todos os setores econômicos.

Uma das propostas das entidades da indústria para remover essa distorção seria uma ampla reforma tributária, unificando tributos sobre o valor adicionado em um único imposto, que substituiria o ICMS, PIS/PASEP, IPI, COFINS e CIDE-Combustíveis.

Quanto aos gastos de governo, para que as contas públicas sejam compatíveis com as metas de crescimento econômico do País, a Fiesp e o Ciesp alegam que a expansão das despesas públicas correntes deveria ser limitada a 1,5% a.a. em termos reais.

Agência Ciesp de Notícias