Riscos ambientais na Grande São Paulo polarizam debate
- Atualizado emAberta na manhã da segunda-feira (7) pelo presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch, a XII Semana Fiesp/Ciesp de Meio Ambiente pretende atacar um dos mais complexos problemas nas macrometrópoles – a ocupação desordenada do solo e os riscos ambientais, além do abastecimento de água.
“Em São Paulo, por exemplo, 50% da água consumida é importada de bacias localizadas fora da área metropolitana”, alertou Marta Dora Grostein, professora de História da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, uma das debatedoras no primeiro painel da Semana “A urbanização paulista: histórico e perspectivas”, apresentado pelo professor José Pedro de Oliveira Costa, da mesma universidade.
Os problemas mais críticos na Grande São Paulo, segundo Marta Grostein, estão associados à forma de expansão urbana e aos processos internos de transformação dos espaços já consolidados no interior da metrópole. “Os passivos ambientais estão nas áreas industriais e também nos grandes empreendimentos imobiliários que estão acontecendo nos bairros mais centrais”, observa a professora.
Convergência
O tema da ocupação urbana, porém, é apenas a ponta do véu que se levanta sobre outras questões de grande preocupação para os gestores públicos, ambientalistas e para a própria Indústria.
“Verificamos hoje uma forte convergência entre as propostas do setor público e as defendidas pelo setor produtivo e pelos ambientalistas. A Fiesp é uma bandeira única, a serviço de ambos os lados, porque busca o equilíbrio e a sustentabilidade, de forma pragmática”, discursou Steinbruch.
Segundo o presidente em exercício da Fiesp, esse pragmatismo, “que evita o excesso de burocracia e defende o bom senso”, é uma diretriz seguida no Departamento de Meio Ambiente, da Fiesp, e no Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema), presidido por Walter Lazzarini, e que reúne, além de industriais, renomados especialistas da área jurídica e acadêmica.
Câmara Ambiental
A “convergência”, citada por Steinbruch, remonta aos anos 70, quando a Fiesp, logo após a Conferência de Estocolmo, na Suécia (1973), criou o seu Departamento de Meio Ambiente, lembra Nelson Pereira dos Reis, diretor-titular do DMA. “Desde então, este departamento tem atuado de forma cada vez mais efetiva, a ponto de coordenar os trabalhos da Câmara Ambiental da Indústria Paulista, um fórum que discute, tecnicamente, os temas ambientais mais complexos”, observou o diretor.
O Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental, que será entregue no início da noite desta segunda-feira, é, segundo Nelson, outra ferramenta importante no incentivo às boas práticas ambientais. “O troféu foi criado há 16 anos e vem premiando empresas de todos os portes”, acrescentou.
Relação Ciesp-Cetesb
Para Eduardo San Martin, diretor de Meio Ambiente do Ciesp, essas boas relações também estão presentes entre a entidade e o órgão fiscalizador.
“Felizmente, os setores público e privado compreenderam que a melhoria da qualidade de vida, tão desejada por todos, passa pela melhoria da qualidade ambiental”, destaca San Martin. “Mas é preciso atrair também a academia para esta parceria”, ressalta o diretor.
Desde 2009, uma forte agenda vem sendo cumprida pelas entidades parceiras. Técnicos da Cetesb capacitaram colaboradores das 43 diretorias regionais do Ciesp como facilitadores nos processos de renovação de licença ambiental. Outro resultado que reflete esta parceria é o Manual Ciesp/Fiesp/Cetesb de Licenciamento Ambiental na Região Metropolitana de São Paulo, que será lançado na quarta-feira (9). Ao mesmo tempo, uma série de workshops, mensais, apresentados por especialistas do órgão ambiental, vem sendo transmitida para todas as regionais via TV Interativa.
Rubens Toledo, Agência Ciesp de Notícias