Produção industrial recua 0,6% em agosto e Fiesp projeta queda de 0,5% para 2022
- Atualizado emAgência Indusnet Fiesp
Números divulgados nesta quarta-feira (5/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o momento é de cautela em relação ao desempenho da produção industrial.
O resultado de agosto é 0,6% menor que o de julho, sem efeitos sazonais, e reverte o crescimento registrado no mês de julho (+0,6%). A redução foi levemente maior do que era esperado pelo mercado (-0,5%). No acumulado em 12 meses finalizado em agosto, a produção industrial está com queda de 2,7%. Frente a agosto de 2021 houve expansão de 2,8%.

A queda na atividade industrial em agosto de 2022 foi puxada pela retração de duas das quatro categorias econômicas e 8 dos 26 setores pesquisados. Entre os subgrupos, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%), produtos alimentícios (-2,6%) e indústrias extrativas (-3,6%).
Por outro lado, entre os segmentos que apresentaram variação positiva, destacam-se a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%).
Entre as grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, sem influências sazonais, os resultados negativos vieram de bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens intermediários (-1,4%). Em contrapartida, os setores produtores de bens de consumo duráveis (+6,1%) e de bens de capital (+5,2%) registraram aumento da produção na passagem mensal para agosto.

Análise do cenário pela Fiesp
A projeção da Fiesp para o desempenho da produção industrial é de queda de 0,5% em 2022, podendo ser revista conforme o balanço de efeitos antagônicos, como os estímulos fiscais adotados pelo governo federal e a reabertura da economia – que contribuíram para um crescimento da demanda agregada da indústria nos últimos meses – e o aperto monetário, o risco de recessão nos Estados Unidos e Europa e a crescente tensão quanto ao prolongamento da guerra entre Rússia e Ucrânia – fatores de atenção para a economia brasileira entre o final de 2022 e o ano de 2023.
