Produção Industrial aumenta 0,3% em outubro após dois meses de queda - CIESP

Produção Industrial aumenta 0,3% em outubro após dois meses de queda

Agência Indusnet Fiesp

A produção industrial avançou 0,3% entre setembro e outubro, sem efeitos sazonais. Frente a outubro de 2021 houve crescimento de 1,7%. O resultado do mês veio em linha com a projeção mensal da Fiesp (+0,3%) e pouco abaixo das expectativas do mercado (+0,4%).

A principal variação positiva foi observada pela indústria extrativa (+0,6%), dado que a indústria de transformação ficou estável na passagem mensal (0,0%). Com os últimos resultados, a atividade industrial segue defasada em 2,1% em relação ao nível pré-pandemia (fev/2020).

Na variação acumulada em 12 meses, o ritmo de queda da indústria foi atenuado, passando de uma redução de 2,3% no período encerrado em setembro para -1,5% em outubro1.

Gráfico 1: Produção Física Industrial – Transformação

Fonte: elaboração Fiesp a partir de dados do IBGE
Fonte: elaboração Fiesp a partir de dados do IBGE

 

O aumento da atividade industrial na passagem para outubro foi concentrado em duas das quatro categorias econômicas e 7 dos 26 segmentos pesquisados. Entre os grupos de atividade, as influências positivas mais relevantes no mês de outubro foram obtidas pelos segmentos de produtos alimentícios (+4,8%) e metalurgia (+4,6%). Por outro lado, entre as sete atividades que registraram queda na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,7%), máquinas e equipamentos (-9,1%) e bebidas (-9,3%) foram os destaques.

Em relação às grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, sem influências sazonais, houve expansão da atividade em bens intermediários (+0,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,3%). Por outro lado, os setores produtores de bens de capital (-4,1%) e de bens de consumo duráveis (-2,7%) apontaram os resultados negativos na leitura recente. No acumulado do ano até outubro2, todas as categorias registram variações negativas, com destaque para bens de consumo duráveis (-3,7%), seguido por bens intermediários (-0,7%) e em menor escala bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-0,6%) e bens de capital (-0,5%).

Análise do cenário pela Fiesp

Mesmo com o crescimento na leitura recente, uma expansão mais forte do setor vem sendo limitada por um balanço de forças desfavorável. Além do aperto monetário e do elevado nível de incerteza na economia, ainda é necessário cautela em relação às cadeias globais de fornecimento e à demanda externa. Nesse contexto, a perda de dinamismo vem se propagando entre os segmentos. A Figura 1 representa o mapa de calor da produção industrial por atividades.

Figura 1: Mapa de calor da Indústria (Out/21 – Out/22)

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.
Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

 

Após uma forte recuperação durante o ano de 2021 e os primeiros meses de 2022, algumas atividades indicam desaceleração. O mapa mostra que, na indústria de transformação, 17 atividades estavam acelerando (Forte + Muito Forte) e 3 atividades, desacelerando (Fraca + Muito Fraca) em outubro de 2021. No mesmo período de 2022, esse resultado foi revertido, com apenas 5 atividades acelerando e 12 arrefecendo. Portanto, a expectativa da Fiesp para o desempenho da produção industrial nos próximos meses é de baixo dinamismo entre as atividades, com projeção de -0,5% em 2022, que, se confirmada, será a sexta queda em 10 anos.

1 Variação de doze meses correntes em relação aos doze meses imediatamente anteriores.
2 Variação jan-out/22 em relação a jan-out/21.