Praticar sustentabilidade: um passaporte para os mercados globais
- Atualizado emO Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) pode transformar o país, em 2010, na primeira rede do mundo em número de empresas signatárias. A iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), lançada em 2000, lista dez princípios empresariais para transformar o planeta e reúne 7.700 participantes, dentre eles mais de cinco mil organizações articuladas por 130 redes no mundo todo.
Atualmente, 350 companhias brasileiras assinam o Pacto Global, que estimula a responsabilidade social no setor privado. O montante coloca o Brasil em quinto lugar em número de signatários.
Mas, segundo o presidente do Comitê e diretor de Responsabilidade Social do Ciesp, Vitor Seravalli, há espaço para elevar o país ao primeiro posto, hoje ocupado pela Espanha, com cerca de 700 organizações.
“O Brasil tem condições de liderar a rede em um curto espaço de tempo. Fazer parte dessa iniciativa, hoje, é um ticket para investir na Bolsa de Valores, abrir capital, fazer negócios e entrar em mercados internacionais”, afirmou Seravalli, em painel que discutiu o tema na 4ª Mostra Fiesp/Ciesp de Responsabilidade Socioambiental.
“É uma grande oportunidade que as empresas têm de praticar e trazer a sustentabilidade para perto dos negócios. Hoje se tem usado essa palavra com frequência, mas muitas vezes as pessoas não entendem quais são os seus papéis em relação à sustentabilidade”, acrescentou.
Liderança
Criado em 2003, o Comitê Brasileiro é um grupo voluntário formado por 32 organizações nacionais. Sua finalidade: promover a adoção e incorporação dos princípios do Pacto Global na gestão de negócios das empresas que operam no Brasil, como forma de fortalecer o movimento de responsabilidade social no país.
Uma das empresas signatárias é a CPFL Energia. O gerente de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa, Henrique Lian, falou sobre a estratégia da companhia em adotar práticas sustentáveis e aplicá-las aos negócios.
Em 2009, o grupo investiu R$ 159 milhões na busca da maximização dos aproveitamentos energéticos e gerenciamentos de riscos ambientais de suas operações, e implementou sistemas de prevenção para controlar os impactos do negócio na sociedade, nas comunidades e no meio ambiente.
Além disso, neste ano, a companhia passou a publicar seu Relatório Anual em formato de blog, iniciativa pioneira no Brasil. “A CPFL é a primeira empresa brasileira a utilizar a ferramenta, que permite um diálogo constante com nossos públicos de interesse, inclusive para incorporar sugestões”, afirmou Lian.
Apoio à indústria
Mas nem só de grandes companhias é feito o Pacto Global. Segundo Vitor Seravalli, empresas com mais de seis funcionários já podem ser signatárias e criam condições de serem notadas pelos públicos de interesse (stakeholders). No Brasil, a participação é igualmente dividida entre as grandes (54%) e as pequenas e médias (46%).
Também signatário e membro do CBPG, o Sesi faz o papel de mediador do processo nas indústrias. O plano de ação envolve a mobilização de empresas para a adoção de práticas socioambientais, por meio de oficinas e workshops, além do Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho (PSQT).
“Ajudar as empresas a desenvolverem esse processo internamente, podendo aplicar os princípios do Pacto Global em seus negócios, está no nosso DNA”, sublinhou o gerente executivo do Sesi-Departamento Nacional, Alex Mansur.
A entidade oferece serviços de apoio aos industriais em programas de inclusão de pessoas com deficiência, diagnóstico do clima organizacional, elaboração de relatórios de sustentabilidade e códigos de ética, investimento social privado e, ainda, a aplicação do Modelo Sesi de Sustentabilidade no Trabalho, ferramenta em desenvolvimento.
Clique aqui e leia a cobertura completa da 4ª Mostra Fiesp/Ciesp de Responsabilidade Socioambiental.
Mariana Ribeiro, Agência Ciesp de Notícias