Para Fiesp/Ciesp, resultado do PIB no terceiro trimestre não surpreende - CIESP

Para Fiesp/Ciesp, resultado do PIB no terceiro trimestre não surpreende

 

Segundo Paulo Skaf, desempenho positivo já era esperado, mas o mesmo não deve ocorrer no último trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007
 
“Nós já prevíamos um desempenho positivo para o terceiro trimestre de 2008. Tanto que em setembro os números da indústria bateram recordes. O grande problema aconteceu em outubro, com a explosão da crise financeira, limitando todo o sistema de crédito no mundo”, declarou nesta terça-feira (9) o presidente do Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp/Fiesp), Paulo Skaf.

No entanto, segundo ele, o desempenho do último trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado não atingirá o mesmo êxito. “Nossa previsão é que neste último trimestre haja um crescimento zero. Mesmo assim, ainda fecharíamos o ano com crescimento bastante interessante”.

Nesta terça-feira (9), o IBGE informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre do ano cresceu 6,8% em relação a igual período do ano anterior. No acumulado em 12 meses até setembro, o PIB aumentou 6,3%.

Ainda de acordo com o IBGE, o PIB da indústria subiu 7,1% no terceiro trimestre do ano, o de agropecuária 6,4% e o de serviços, 5,9%, todos também em relação ao mesmo período de 2007.

“Não sabemos exatamente o tamanho nem a duração da crise. E o que temos a fazer é ganhar tempo com o menor prejuízo possível”, afirmou Skaf, lembrando que a entidade tem feito seu papel no sentido de minimizar os efeitos nocivos desta crise.

“Temos cobrado do governo e do Banco Central medidas que aqueçam a economia, reduzam os juros e os impostos, e que protejam contra importações predatórias”, disse.

Conforme o líder empresarial, a Fiesp está elaborando um projeto sobre a possibilidade de aproveitar os recursos dos compulsórios que estão sendo liberados para os bancos, que por sua vez o represam e trancam o crédito.

Na avaliação de Skaf, é importante usar a criatividade, a competência, e buscar caminhos alternativos. “Não adianta adotar medidas corretivas depois de instalado prejuízo. E prejuízo instalado significa demissão”.

Juros e spread bancário precisam cair
Skaf reiterou a necessidade de o governo baixar os juros básicos, como alternativa para estimular a produção e criar melhores condições para empresas enfrentarem a crise.

“Quando se fala em pagar 1% a mais na taxa Selic, significa um acréscimo de R$ 15 bilhões, em um ano, na atual dívida interna de R$ 1,5 trilhão. Diante das incertezas da crise financeira atual, portanto, a solução mais eficaz é a redução imediata dos juros”, enfatizou.

Ele ressaltou também que é fundamental a redução nos spreads bancários para que haja crédito a um custo suportável às pessoas e empresas.

Nesta quarta-feira (10), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve definir a nova taxa básica de juros na economia, fixada no momento em 13,75% ao ano.

 

Agência Ciesp de Notícias
09/12/2008