Nível de atividade da indústria paulista apresenta queda de redução de 1,2% em setembro
- Atualizado emTendência de desaceleração do crescimento, apontada pelo Indicador do Nível de Atividade (INA), foi verificada em 10 dos 17 setores pesquisados
A atividade da indústria paulista registrou retração no mês de setembro, em comparação a agosto. O índice verificado foi de –1,2%, levando em conta o ajuste sazonal. O INA ajustado ficou negativo em –4,8% em janeiro, subiu 1,6% em fevereiro, -0,2% em março, 2,2% em abril, 0,1% em maio, 2,2% em junho, -2,7% em julho e 0,9% em agosto, sempre em relação ao mês anterior. Na comparação com setembro de 2004, também houve retração (-2,3%).
Para o diretor do Departamento de Economia (Decon) do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, o índice demonstra uma tendência de queda. “O declínio da atividade industrial de São Paulo é conseqüência da taxa de juros alta e do câmbio valorizado, que têm afetado as exportações. A conjuntura industrial é afetada pela rigidez da política econômica.”
O diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, afirmou que neste momento a indústria, que se encontrava em um patamar de estabilidade, está ingressando em um nível de produção industrial menor. “Os elementos dinâmicos estão perdendo força, o efeito cumulativo do veneno câmbio-juros começa a ser sentido pela indústria”.
Em setembro, o setor de material eletrônico e equipamentos de comunicação apresentou forte redução (-7,7%). O setor de alimentos e bebidas também teve queda expressiva no nível de atividade verificado (-6,3%). Outro importante setor que teve desempenho negativo foi o de veículos automotores, que apresentou queda de 2,2%, levando em conta o ajuste sazonal. Entre os setores que tiveram um resultado positivo é possível destacar o de máquinas e equipamentos, que cresceu 1,4%.
Para o próximo trimestre, Francini afirma que a perspectiva para o nível de produção industrial é de redução. “Estamos acendendo um sinal vermelho em função da aceleração das taxas reais de juros e prontos a entrar em rota de queda. O Bacen deveria baixar a taxa de juros com maior velocidade, do contrário a retração da produção poderá ser muito forte.”
Tabacof salientou que, para o final do ano, os números já estão projetados e dificilmente haverá qualquer movimentação que altere a trajetória e os resultados da produção industrial. “Mesmo que haja mudanças na política do Copom que, há muito tempo, mantém a taxa de juros alta, isso ainda levaria algum tempo para produzir reflexos positivos na indústria”, afirmou.