Encontro Empresarial Brasil-Colômbia enfatiza integração de economias - CIESP

Encontro Empresarial Brasil-Colômbia enfatiza integração de economias

A Colômbia está pronta para receber investimentos internacionais. Este foi o tom do Encontro Empresarial Brasil-Colômbia, realizado nesta segunda-feira (19), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Um dos objetivos foi minimizar o desequilíbrio da balança comercial entre os dois países.

Após passar por mudanças radicais ao apostar na segurança, a Colômbia resgatou a confiança da comunidade mundial. Os índices gritantes de criminalidade se reduziram e a consequência direta, por exemplo, é que o turismo no país tornou-se atrativo.

O cenário traçado por Luis Guillermo Plata Páez, ministro de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, traz outros dados promissores: boa colocação junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em termos de garantia para investidores e abertura para diversos mercados, especialmente a partir de 2002.

Outras medidas apontadas foram a conquista de estabilidade jurídica entre governo e investidores (nos próximos20 anos as regras adotadas não poderão ser modificadas) e a redução de impostos que permite capitalizar investimentos.

Integração econômica
“Estamos divulgando hoje as zonas francas empresarias, para investidores domésticos e estrangeiros”,disse Páez.”A empresa que investir acima de US$ 38 milhões torna-se similar a uma zona franca, com redução do Imposto de Renda de 33% para o patamar de 15%, entre outros benefícios. Para a agroindústria, os investimentos devem ser da ordem de US$ 18 milhões e para o setor de software, de US$ 2 milhões. É importante estabelecer cadeias produtivas e integrar nossas economias”, completou.

Já Roberto Giannetti da Fonseca, diretor-titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, dimensionou, em números, a importância do encontro.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Colômbia se aproxima dos US$ 250 bilhões, registra crescimento econômico de 5,9% ao ano (de 2003 a 2007), é um dos cinco maiores países da América Latina e o fluxo comercial entre Brasil-Colômbia triplicou entre 2003-2009, US$ 37 bilhões de exportações e US$ 39 bilhões de importações.

“É daqui que virá o crescimento nas próximas décadas. Seremos [Brasil e Colômbia] grande parte da solução da crise mundial, pois Estados Unidos e Europa estão empenhados no pagamento de suas dívidas. Podemos escrever também um capítulo de cooperação em relação às energias renováveis”, enfatizou Luis Carlos Villegas Echeverri, presidente da Associação Nacional de Empresários de Colômbia (Andi).

Em tempo: 80% dos encontros de chefes de ambos os países ocorreram ao longo das gestões Luís Inácio Lula da Silva e Álvaro Uribe, após 25 anos de silêncio mútuo entre as nações.

Fez coro Maurício Borges, diretor da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil): “Somos parte da solução, compartilhamos nosso ponto de vista pela potencialidade dos dois países, pois os emergentes respondem mais rapidamente à diante da crise”.

Nova dinâmica colombiana
Um exemplo prático dessa nova dinâmica da Colômbia é ilustrado pela Marcopolo SA., líder mundial no segmento de ônibus, com produção de 21.800 unidades/ano, negociando com 104 países.

“Através do Pacto Andino já vendemos 288 unidades. Temos Bogotá como ponto de exportação– porque é livre de imposto, de taxa aduaneira –, e exportamos para Peru, Equador, Costa Rica, Haiti, Panamá e Venezuela”,ressaltou José Fernandes Martins, vice-presidente do Conselho de Administração da Marcopolo.

Na Colômbia, a empresa atua via joint-venture com a Superior, gerando a marca Superpolo SA.,com fábrica instalada em Cota, empregando cerca de 700 pessoas diretamente e mais 2.500 de forma indireta.

A corrente de comércio com países-membros da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) registrou queda de 32,9%, de janeiro a setembro deste ano frente ao mesmo período do ano passado.

A afirmação foi feita por Ivan Ramalho, secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil. Mas o registro de volume recorde de importações do Brasil, em 2008, superior a 40%– apesar da retração provocada pela crise mundial –, sinaliza que há grandes oportunidades a serem firmadas com a Colômbia. Resta incrementar os negócios bilaterais, consolidando parcerias que vão do Atlântico ao Pacífico.

Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp