Ciesp elenca sugestões para incentivo à indústria paulista ao governador eleito - CIESP

Ciesp elenca sugestões para incentivo à indústria paulista ao governador eleito

Adriana Matiuzo, Agência Indusnet Fiesp

Aumento no prazo de recolhimento de impostos, uso de créditos de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), desoneração dos investimentos, redução do Custo Brasil, maior investimento em infraestrutura, melhorias na hidrovia Tietê-Paraná, aumento da rede de gasodutos, incentivos ao uso do biometano e ampliação e continuidade da digitalização dos serviços públicos, com o uso potencial da rede 5G.

Essas foram algumas das sugestões de medidas voltadas para a indústria sugeridas na segunda-feira (12/12) pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) ao governador eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ao todo, o estudo do Ciesp apresentou 16 sugestões para incentivar o setor da indústria no estado.

O governador foi convidado a participar da reunião mensal das diretorias do Ciesp, realizada presencialmente, no Teatro Sesi-SP, no próprio prédio do Ciesp e da Fiesp, na avenida Paulista, e reuniu mais de 550 lideranças da entidade e empresários convidados. Foi o primeiro encontro de Tarcísio na entidade após sua eleição para o Governo do Estado. Ele estava acompanhado pelo coordenador da equipe de transição, Guilherme Afif Domingos (PSD), e pelo seu futuro secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD).

O Ciesp representa 8.000 indústrias paulistas e possui 42 regionais espalhadas pelo estado.

Durante o evento, o presidente do Ciesp, Rafael Cervone, lembrou a Tarcísio que o estado, embora represente 11,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, é responsável por cerca de um terço da arrecadação de impostos, o que, em sua avaliação, é desproporcional e acaba se tornando um ‘peso’ para o setor.

“O que mais se aprendeu durante a pandemia de Covid-19 foi sobre a importância estratégica da indústria para um país, uma região. A indústria traz inovação, tecnologia e paga os melhores salários, além de influenciar muito no nível educacional da população”, disse Cervone.

Presidente do Ciesp, Rafael Cervone, lembrou que o estado, embora represente 11,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, é responsável por cerca de um terço da arrecadação de impostos, desproporcional, em sua opinião. Foto: Everton Amaro/Fiesp

Apoio ao Simples Nacional

O gerente do Departamento de Competitividade (Decomtec) do Ciesp, Renato Corona, fez uma apresentação sugerindo medidas de estímulo à indústria ao futuro governador. O estudo feito pelo Decomtec sugere atuação forte em mobilidade urbana, com ampliação da malha metroviária e ferroviária, implantação de um túnel ligando Santos e Guarujá, avaliação do modelo de privatização da Sabesp e de sua função pública, avaliação de uma terceira opção de acesso à Baixada Santista, adaptação do regime de exploração das ferrovias do estado para atrair novos operadores, continuidade às Parcerias Público-Privadas (PPPs) e do programa de concessões nas obras de estradas vicinais e fortalecimento de agências reguladoras, como a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

Corona também defendeu que o Estado se posicione em favor da ampliação do Simples Nacional, sistema de tributação simplificado criado em 1996. “São Paulo pode e deve usar a força política do estado para ampliar os limites do Simples. É um projeto que está em tramitação no Senado e na Câmara e é simplesmente a correção pela inflação que ajuda demais as empresas que tiveram, na pandemia, uma pressão de custo enorme em decorrência da inflação e que acabaram se desenquadrando. Então, ampliar o limite, corrigido pela inflação, não é uma benesse, mas uma correção necessária. O Simples comprovadamente é gerador de empregos, de renda e reduz o número de pessoas precisando de Bolsa Família e Auxílio Emergencial. É um grande instrumento de desenvolvimento”, disse Corona.

Privatizações e aceno em apoio à Reforma Tributária

O governador Tarcísio de Freitas, por sua vez, acenou para políticas de saneamento básico, pela busca de investimentos privados e melhorias em transporte e infraestrutura. O futuro governador defendeu um olhar atento ao que chama de ‘alavancas de crescimento’, o que envolve a oferta de energia, crédito, infraestrutura, capacitação profissional e digitalização. Ele também defendeu o protagonismo do estado no apoio de uma reforma tributária.

“Está na hora de acionar essas alavancas para que o estado possa continuar sendo essa locomotiva. Nós não vamos mais ser obstáculo para a aprovação de uma Reforma Tributária. Às vezes a gente tem que entender que perde um pouco na largada, mas ganha no longo prazo”, afirmou Freitas.