Conservadorismo das empresas impede avanço das práticas de Eficiência Energética
- Atualizado emApesar de representar 41% do consumo de energia, no País, muito mais que o comércio e as residências, a Indústria apresenta baixo número de projetos em eficiência energética, afirmou Eduardo Moreno, diretor de Infraestrutura de Energia da Fiesp e coordenador do painel Ganhos de Competitividade com a Adoção de Medidas de Eficiência Energética, no segundo dia do 11º Encontro Internacional de Energia.
“O Brasil tem se preocupado mais com a expansão da oferta de energia do que com a redução do consumo”, sublinhou o diretor da Fiesp, que está empenhado em levar a cultura da Eficiência Energética ao chão de fábrica das empresas paulistas, a exemplo da parceria já existente entre o Ciesp e a Associação Brasileira das Empresas de Serviços em Conservação de Energia (Abesco).
“Esse conservadorismo e mesmo descrença nas empresas vai na contramão da modernidade”, reforça Cyro Vicente Boccuzzi, presidente do III Fórum Latino-Americano de Smart Grid, que terá sua terceira edição em 23 e 24 de agosto no Novotel Jaraguá São Paulo Conventions.
“Uma indústria que adota uma carga modular paga menos energia. Isso é smart grid”, explicou o palestrante. Esse conceito, segundo Boccuzzi, foi ampliado e hoje alcançam comunidades inteiras, as smart cities, já existentes em países da Europa, nos Estados Unidos e Canadá, com economias que chegam a US$ 80 milhões em EE. “Essas cidades inteligentes integram serviços de saúde, mobilidade urbana, educação eletrônica e transporte compartilhado. A energia é toda otimizada.”
Cases da WEG e Sabesp
Apesar de tudo, já são numerosos os cases de redução no consumo em projetos executados por empresas especializadas no serviço de conservação de energia, as chamadas “Escos”. Os exemplos mostrados pela Sabesp e WEG Motores, no painel, são emblemáticos. A multinacional com sede em Jaraguá do Sul (SC), vem economizando cerca de R$ 20 mil reais apenas com uma mudança no tipo de motores usados na exaustão de material particulado nos postos de trabalho de sua área industrial.
A Sabesp, maior consumidora de energia do Estado de São Paulo – 2.120 gigawats/hora (GWH) –, mudou a classe de tensão em suas instalações (ETAs, ETEs, Elevatórios etc.), o que resultou na economia de R$ 1,5 milhão, anualmente, aos cofres da empresa. “O retorno com a medida veio em 25 meses”, acentua o engenheiro Rodrigo Giacomini Arruda, do departamento de Gestão de Energia da Sabesp. A companhia está presente em mais de 365 municípios paulistas e responde por 100% das ligações de água, 80% da coleta do esgoto e 74% do esgoto tratado no Estado.
Rubens Toledo, Agência Ciesp de Notícias