Ciesp atuará como facilitador no acesso das indústrias a projetos da Abesco
- Atualizado emNa quarta-feira (16), durante a abertura do 7° Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (Cobee), o Ciesp e a Abesco firmaram um acordo de cooperação técnica com o intuito de conscientizar o parque industrial paulista da importância da implantação de programas de conservação e racionalização do uso de energia.
O protocolo de intenções prevê que o Ciesp atue como facilitador no levantamento de recursos provenientes de linhas de financiamento, incentivos, e programas junto a órgãos como BNDES, Finep, Procel e Banco do Brasil, para viabilizar o acesso das indústrias aos projetos de gerenciamento e eficientização de energia desenvolvidos pela Abesco.
“Um dos itens importantes do acordo será o estímulo para que as próprias indústrias engajem-se, individualmente ou em consórcio, na cogeração de energia. Boa alternativa é a produção de eletricidade e calor, aproveitando as fontes de biomassa e gás natural disponíveis”, avaliou o presidente em exercício do Ciesp, Rafael Cervone Netto.
O Ciesp também receberá, pelo seu serviço de Atendimento à Indústria, solicitações dos empresários quanto à redução de custos com energia e contará com suporte técnico da Abesco. As indústrias interessadas poderão ter acesso a um cadastro atualizado das ESCO – Empresas de Serviços de Conservação de Energia, e contar com avaliação técnica e acompanhamento da implantação dos projetos de eficiência energética.
Para José Starosta, presidente da Abesco, o 7° Cobee foi uma oportunidade para discutir sobrevivência. Segundo ele, o planeta não tem mais condições de suprir o que precisamos – momento em que a eficiência energética se torna prioridade nas discussões ambientais e econômicas. “Ou resolvemos essa questão de forma inteligente, ou fingimos que o problema não existe”, disparou o dirigente.
O Centro das Indústrias e a Abesco também pretendem, no escopo do acordo, organizar eventos nas unidades regionais do Ciesp para disseminar técnicas, métodos e procedimentos com foco na redução dos custos com energia, além de realizar treinamentos nas indústrias em cooperação com Senai-SP, IPT e outras entidades.
Estímulo à competitividade
Os consumidores de energia veem com bons olhos o acordo entre Ciesp e Abesco. Para Fernando Umbria, assessor da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), os programas de eficiência energética são fundamentais para aumentar a competitividade do setor.
“A energia no Brasil é muito cara. Portanto, reduzir o componente energético na produção contribui para contornar esse problema na indústria”, afirmou Umbria. “Esse tipo de gasto com energia acaba competindo com outros investimentos, como o aumento da capacidade produtiva”, assinalou.
O Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo, 90% ancorada nas fontes hídricas, portanto, com baixo custo. O peso de encargos e tributos sobre o custo da energia elétrica, no entanto, é um dos mais altos: 34%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com análise da Fiesp/Ciesp, a tarifa média de fornecimento para a indústria no mercado cativo aumentou 26% de 2002 a 2008. O setor responde por 40% do consumo no país.
Mariana Ribeiro, Agência Ciesp de Notícias