Ciesp aposta em tecnologia e conscientização para melhorar quadro no Vale
- Atualizado emEm 2009, as cidades do Vale do Paraíba geraram 406 mil toneladas de resíduos não perigosos e 165 mil toneladas de resíduos considerados perigosos. Do total de resíduos aterrados naquele ano, 74% são provenientes de empresas da região, enquanto 26% foram gerados por empresas estabelecidas fora do Vale. Ao pagar para depositar o resíduo gerado no chão da fábrica, o empresário, muitas vezes, desconhece o impacto que esse procedimento pode gerar no meio ambiente e no seu próprio negócio.
Para alertar sobre os riscos de um eventual processo judicial, mostrar o prejuízo econômico dessa prática e apresentar soluções tecnológicas economicamente viáveis, as Diretorias Regionais do Ciesp em São José dos Campos, Jacareí, Taubaté e Mogi das Cruzes reuniram cerca de 200 empresários, na sexta-feira (14), no Caesar Business, em São José.
Na opinião do diretor-titular de Meio Ambiente do Ciesp, Eduardo San Martin, as empresas precisam modificar o modo tradicional de gerenciar seus resíduos. A grande maioria faz o descarte para aterros industriais.
“Essa forma, além de ser economicamente inviável, não livra o empresário da responsabilidade por uma eventual contaminação do solo, água e do ar”, alertou San Martin. De acordo com o diretor, o empresário precisa perceber que, hoje, há diversas alternativas tecnológicas que podem ajudar a diminuir os riscos de contaminações e até lucrar com a reciclagem dos resíduos.
Custo benefício
Na abertura do seminário “Resíduos industriais: tecnologias de tratamento”, os diretores das regionais organizadoras do evento também falaram sobre a importância do gerenciamento correto por parte das empresas associadas.
“A preocupação é conscientizar o empresário”, reiterou o diretor-titular do Ciesp São José, Almir Fernandes. “A aplicação de métodos modernos de tratamento permite transformar o resíduo em matéria-prima ou em receita para as empresas”, definiu.
“Nossa proposta é não ter resíduos, mas subprodutos. Para isso, é necessário inovação, tanto na produção como na ponta”, sublinhou o titular do Ciesp em Jacareí, José Carlos Peloia.
O diretor da Regional de Taubaté, Joaquim Albertino de Abreu, alertou que as exigências do consumidor em relação ao processo de produção das mercadorias estão cada vez mais frequentes. “O cliente nos cobra e exige que o produto tenha sido produzido de acordo com as normas ecológicas de fabricação”, afirmou.
Na avaliação de San Martin, o custo benefício da aplicação de tecnologias novas no tratamento de resíduos industriais é altamente compensatório para as empresas.
“O processo de incineração, por exemplo, apresenta ganho ambiental e gera energia elétrica. Da mesma maneira, os solos contaminados com derivados de petróleo, hoje, podem ser totalmente recuperados com tecnologia que remove hidrocarbonetos”, exemplificou.
Entre as tecnologias apresentadas no evento estão: incineração, dessorção térmica de resíduos provenientes de refinaria, co-processamento, recuperação de metal de lodo galvânico e manufatura reversa.
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Odair Souza, Agência Ciesp de Notícias