Brasil não pode ter medo de crescer, diz Paulo Skaf - CIESP

Brasil não pode ter medo de crescer, diz Paulo Skaf

O presidente do Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp/Fiesp), Paulo Skaf, voltou a criticar a política da taxa de juros utilizada pelo Banco Central (BC). Segundo a pesquisa Focus, divulgada pela instituição federal, a estimativa é que a Taxa Selic será elevada para 11,25% até o final deste ano, retornando aos patamares do início de 2009. Vale notar que a Selic em vigor está em 8,75% anuais.


Para Skaf, não há razão que justifique o aumento dos juros pelo BC. Ele explica que a redução da taxa para 8,75% – forçada para conter o avanço da crise financeira – ajudou a conter os “estragos” causados pela crise financeira internacional, mas não foi suficiente para retirar o Brasil do ranking das maiores taxas de juros reais do mundo, cerca de 4% – Selic menos a inflação.


“Não há crescimento econômico com uma política de juros altos […] Precisamos erradicar alguns grupos que fazem manobras para aumentar a taxa de juros”, disse Skaf, nesta quarta-feira (20), durante reunião do Conselho Estratégico da Fiesp.


Mesmo com as críticas à política de juros do BC, o dirigente industrial se mostrou otimista com os rumos da economia brasileira. Ele explica que depois de vinte anos sem crescimento e de vulnerabilidade macroeconômica, o País está em uma posição favorável ao desenvolvimento.


“Por anos o Brasil só debateu ações para conter o avanço da inflação […] Agora é hora de pensar em crescimento econômico. Em 2010, o Brasil não pode ter medo ser feliz”, afirmou.


Paulo Skaf também divulgou que a entidade irá elaborar um estudo com propostas para amortizar a taxa de juros e desvalorizar a taxa de câmbio, entre outras ações. De acordo com Skaf, este material estará pronto até 31 de março e será apresentado aos pré-candidatos à presidência da República.


Câmbio
Devido a ausência de mecanismos para conter a valorização do real em curto prazo, Paulo Skaf sugere uma reforma na cobrança de impostos nas exportações. Segundo ele, quase um quarto da receita dos exportadores brasileiros é gasto com o pagamento de impostos.

Estudo da Fiesp/Ciesp mostrou que os tributos pagos na compra de insumos ao longo da cadeia produtiva representam quase 30% do faturamento líquido das empresas. “Se não pagássemos todos esses impostos, ganharíamos mais competitividade e aumentaríamos nossa produção industrial”, ressaltou.



Fábio Rocha, Agência Indusnet Fiesp