Banco Central mantém política de alta dos juros. Ciesp e Fiesp mantêm repúdio - CIESP

Banco Central mantém política de alta dos juros. Ciesp e Fiesp mantêm repúdio

Repúdio. Este é o sentimento do setor produtivo frente à decisão desta quarta-feira(21) do Copom em, mais uma vez, elevar a taxa básica de juros. O Centro e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp e Fiesp) não podem concordar com a política equivocada de elevação da taxa Selic simplesmente para que as expectativas de mercado não sejam contrariadas.

O que é mais importante: as expectativas de mercado ou os números já bem claros de arrefecimento da inflação no Brasil? A quem interessa juros altos: aos poucos do mercado ou aos muitos da sociedade?

Ciesp e Fiesp, quase sozinhos, afirmaram em abril deste ano que a pressão de preços, registrada no início de 2010, era fundamentada em causas muito bem definidas: sazonalidade e reajustes esporádicos.

“Vamos seguir defendendo o setor produtivo brasileiro. O Brasil não pode continuar entre os campeões mundiais de maiores taxas de juros. Esse título é péssimo não somente para a nossa atividade econômica, mas para toda a população brasileira”, afirma João Guilherme Sabino Ometto, presidente em exercício da Fiesp.

O barulho ensurdecedor das “vuvuzelas” de mercado –estas muito mais fortes do que o nosso responsável apito –apontava para uma inflação de demanda que estava perdendo o controle. Mas, diferente disso, os números estão aí e todos favoráveis a nossa tese.

Vejamos. O IPCA de junho fechou em 0%. A inflação do item referente a alimentos e bebidas fechou em -0,90%. A inflação acumulada nos últimos 12 meses já está em 4,84% e, importante, com tendência de queda. O IPCA-15 de julho registrou deflação de 0,09%, com inflação acumulada em 12 meses em 4,74%.

Como se pode constatar, até mesmo as perspectivas de inflação estão em queda, embora o barulho do mercado continue insistindo em uma suposta pressão de demanda.

Qual é a razão para o aumento dos juros? O Ciesp e a Fiesp não encontram nenhuma, exceto a distribuição de renda ansiada pelos sopradores de “vuvuzelas”.

“Quando a insistência da política de juros altos, na contramão da realidade econômica do País, prejudica o crescimento e tira da sociedade emprego e renda, quem trabalha e produz fica desmotivado. Isso não é bom para o Brasil”, afirma Rafael Cervone, presidente em exercício do Ciesp.

Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Agência Ciesp de Notícias