Bambozzi, uma empresa centenária - CIESP

Bambozzi, uma empresa centenária

Texto: Rubens Toledo*

Na manhã de 30 de junho, em vez da sirene, os 550 funcionários da Bambozzi seguiram as badaladas da Igreja Matriz, na praça central de Matão. Acompanhados dos familiares, eles cantaram e rezaram na missa em homenagem aos 100 anos da empresa, fundada pelos irmãos Basílio e Ferdinando Bambozzi, imigrantes italianos. Orgulho da família e dos matonenses, a empresa resistiu ao assédio de multinacionais e manteve-se cem por cento brasileira, sob o comando de Bruno Bambozzi Filho, superintendente.







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O diretor executivo Sidney Toledo (esq.), e o diretor comercial Netão orgulham-se dos 100 anos da empresa

“Sou funcionário há 40 anos”, diz Antônio G. Pereira Neto, o Netão, diretor comercial. Aposentado, Netão continua trabalhando com o mesmo entusiasmo do primeiro dia. Seu colega, Sidney Toledo, diretor executivo, acumula tempo também significativo: 35 anos de carreira, sem uma única falta no prontuário. “Hoje é dia de festa. Mas já tivemos tempos ruins”, lembra Sidney, referindo-se à crise de seis anos atrás, quando a Bambozzi foi obrigada a demitir 170 colaboradores. “Foi muito duro”, acrescenta.

Bambozzi reinventada
A dor em ver tantos colegas desempregados serviu de alento para que a direção da empresa decidisse mudar o modelo de gestão. “A Bambozzi teve de se reinventar”, conta Pereira. “Não podia mais continuar produzindo do mesmo jeito, com máquinas analógicas.” Na busca da inovação, a empresa se consorciou à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e promoveu uma reengenharia no sistema fabril. Antigas máquinas operatrizes e tornos convencionais deram lugar a tornos tridimensionais a controle numérico.

Multiplicaram-se os modelos das linhas hobby, média e industrial, e as exportações voltaram a crescer. A produtividade aumentou exponencialmente, mesmo com menor número de funcionários, e se mantém presente em obras gigantes como a binacional Itaipu e plataformas de exploração de petróleo em alto-mar. Os equipamentos Bambozzi, para solda, estão em indústrias como New Holand Case, Liebher e montadoras como a Volvo.







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Reengenharia no sistema fabril garantiu participação em grandes obras de infraestrutura, como a binacional Itaipu

“A Bambozzi chegou a ter 60% do mercado. Na década de 90, com a abertura de mercado, essa fatia ficou reduzida a 20%. Hoje estamos com 45% do mercado nacional de solda elétrica, nas linhas hobby, média e industrial”, arremata Sidney. “Bambozzi tornou-se sinônimo de máquina de solda e é encontrada em todos os cantos do Brasil”, acrescenta.

Fornecedora para vários segmentos, a Bambozzi não sofre com os altos e baixos e sazonalidade do mercado. “Atingimos o ponto de equilíbrio”, diz o diretor. De 2004 para cá, a empresa vem emplacando crescimentos anuais a uma média de 30%. “A exceção foi na virada de 2008 para 2009, por conta da turbulência internacional, quando o faturamento caiu. Hoje, estamos no patamar anterior à crise”, comenta.

Parceira do Ciesp
O Ciesp em Matão tem uma parcela de responsabilidade nesses 100 anos da empresa, admite o diretor-superintendente Bruno Bambozzi, também vice-diretor da regional matonense. Além da proximidade física (localiza-se a dois quarteirões da atual sede do Ciesp de Matão), a Bambozzi está fortemente ligada ao ideário da entidade, à qual o grupo se filiou em 1958, e tem participado ativamente de suas reuniões de Diretoria e grupos de trabalho.

*Colaboração: Marcos Pavarina – Grupo Bambozzi.